domingo, 25 de março de 2012

A perda


Se eu tivesse
dito a verdade
ou pelo menos
a metade de tudo;
se tivesse
derramado a dor;
se tivesse
esbravejado
e perdido a vergonha
o medo
o pudor;
teria ao menos
Exposto
que não estava
morto
mas caído de amor.

"The Walking Dead" entre mortos e feridos

Eu nunca entendi muito bem o porquê de as pessoas gostarem tanto de filmes de terror. Desde cedo tinha pavor, medo ao gênero, mas, continuamente, desejei superar isso, pensando que as reações eram tolices,uma vez que tudo não passava de ficção. Impunha-me, dessa forma, sessões de filmes como "Pague para entrar e reze para sair", qualquer coisa de exorcismo, e outros. Passava boa parte do tempo com os olhos fechados para evitar trauma. Vã atitude. Acabava por dormir de luz acesa ou, ainda que fizesse o calor sufocante do planeta, sob cobertas dos pés à cabeça.


Décadas se passaram e a história continua a mesma: eu aqui tentando superar a fobia dos longas assustadores.  A curiosidade direcionou-me a tentar assimilar o que atraía tantas pessoas a essas produções recheadas de zumbis. Acidentalmente vi parte de  "Madrugada dos Mortos". Achei uma porcaria. Iniciei "Residente Evil'. O filme não possui uma trama atraente e, não sei se devido ao jogo homônimo, a película  já está em sua centésima sequência (hipérbole detectada).


 Seja lá como for, eu assisti A TODOS e cheguei ao absurdo de pensar em ir ao cine apreciar o último lançamento em 3D. :o Sou eu superando os meus medos? Creio que não pois continuo a não olhar para as piores (ou melhores para muitos) partes.


Então veio "The Walking Dead"! A série sobre um mundo apocalíptico tomado por zumbis. O que me atraiu à produção? Nada em especial, além dos números recordes de audiência. Isso não seria algo que deveria me fazer me dirigir a ela, sendo assim, creio que foi a falta do que fazer mesmo.
Após seis episódios da curtíssima primeira temporada, podia dizer - não que poderia sair por aí vendo filmes ou séries de terror sem piscar - que não piscaria esperando o retorno da segunda.


Por mais que exstam seres mortos que voltem à vida que saem perambulando, arrastando-se, em busca de carne fresca para sua alimentação, ainda que cabeças e pernas voem durante a história e, com certeza, é por esse motivo que milhões se deliciam com a série, nada disso tem meu apreço. Porque, como em toda boa produção que me prende frente à tela, é o fator humano que me interessa. Seus conflitos, dores, a complexidade de relações, a difícil tarefa de ser e estar no mundo. E "The Walking Dead" joga com esses temas, principalmente em sua segunda temporada, e, para mim, o faz muito bem. 

Foi comum ler em comunidades dirigidas à série inúmeras vozes desgostosas com o rumo da trama, enquanto eu me deliciava. o que pode ser mais interessante que por em discussão valores e princípios humanos em um mundo em que, a princípio, a civilização está sendo dizimada? Sangue, carnes à mostra? Todo e qualquer filme sobre zumbi possui tais imagens. "The Walking Dead" consegue ir além. Põe em questão limites, fé, civilidade, humanidade, o sentido da vida sem tais fatores. Se a primeira parte da segunda temporada fez valer a espera por ela, a segunda completou com maestria a condução da história.

A terceira temporada virá apenas no final do ano. Que seus produtores não se deixem levar por mimimis e deem prosseguimento àquilo que fazem as criações perdurarem: não as imagens e seus efeitos visuais, porém as ideias e mensagens que poucos se atrevem a ter e passar.



Há vida fora da TV americana

Assistir a seriados (os denominados enlatados americanos) faz parte da rotina de milhões mundo afora. Por motivos que muitos sabem as séries norte-americanas são as mais consumidas. Não, necessariamente, são sempre originais ou  as melhores. Descobri há pouco tempo tal verdade.
Procurando novos ares, novas tramas e ideias, encontrei, entre séries e minisséries britânicas, boas histórias para todos os gostos, sejam clássicos da literatura como "Emma" ou "Sherlock", sejam nos enredos voltados para os problemas da atual juventude - "Misfits", sejam comédias absolutamente hilárias tal qual "Absolutely Fabulous". 

Emma

Los In Austen

Luther


Downton Abbey

North and South




Sherlock

Misfits

A televisão britânica não deixa a desejar e a dever a sua irmã de língua do outro lado do Atlântico. Sua excelência é tamanha que versões de "Sherlock", "Misfits" estão sendo planejadas ou filmadas, assim como premiações sendo recebidas por "Downton abbey", "Luther" e outras.
 Se ainda não passeou pelos fogs televisivos do velho reino britânico, dê-lhes uma chance.
Sites nos quais encontrarão estas e tantas outras séries: Séries UK  e UK Séries.

Minha descoberta do mês: Joy Denalane

E seu Eurochannel fez-me outro favor. Apresentou-me a Joy Denalane, uma cantora alemã com uma voz preciosa e muito suingue. Não entendi uma vírgula da música do vídeo abaixo muito menos consegui encontrar sua tradução, porém isso não impediu de que me balançasse sob o ritmo e tentasse balbuciar algumas palavras.


Não sei alemão, mas... que importância há?
A artista está a treze anos na estrada e apenas agora a ouvi. Antes tarde.... \o/


sábado, 10 de março de 2012

Inconstante

Se você me quer;
não meu corpo,
não meus abraços apertados nos momentos tristes;
não a casa, ou as roupas limpas, após um dia longo de trabalho;
não os conselhos nos momentos de dúvida e angústia;

Se você, realmente, me quer,
não para dizer sim a tudo que você desejar;
não para me deixar após anos de convivência sofrida,
não para me comparar com outras e mais outras quaisquer que um dia atravessaram a sua vida;

Se você me quer de verdade,
Se quiser, sim, minha alma, meu ser devoto ao seu,
espalhado na varanda do seu coração,
deitado no quarto escondido do seu amor,
diga, 
diga, apenas, eu te amo.
Mas diga agora. Porque a alma dura para sempre, porém a paixão que sinto
esta é fugaz e sem dono.

Por Kekedascully


InconstantIf you want me; 
not my body, 
not my hugging tight at times sad; 
not the house, the clothes clean, after a long day of work; 
not the advice in times of uncertainty and anguish. 

If you really want me, 
not to say yes to everything you want; 
not for me to leave after years of living suffered, 
not to compare me with another and another that one day all through your life. 

If you want me to truth, 
If you like, yes, my soul, my be devoted by you, 
spread on the balcony of your heart, 
lying hidden in the fourth of your love, 
say, 
say, simply, I love you. 
But say now. Because the soul lasts forever, but the passion that I feel 
this is fleeting and no owner.


By Kekedascully

segunda-feira, 5 de março de 2012

"O Reverso da Medalha" Revisitado

Leitura é um hábito meu desde a tenra idade. Em minha adolescência costumava devorar livros. Ao entrar na universidade, fugir deles não era opção. Porém, a partir de um momento comecei a dividi-los com séries e filmes, dos quais sempre gostei. Com o passar do tempo, a divisão não era igualitária e os longas ou curtas ganharam mais espaço que as páginas com suas histórias não menos interessantes.

Percebendo o desastroso ocorrido, há algum anos venho retomando as tramas impressas. Dostoiévski, Luis Fernando Veríssimo, Sthendall, entre outros começaram e/ recomeçaram (timidamente) a fazer parte de meu mundo. Alguns lidos com imensa sede, outros abandonados após as cem primeiras páginas.



Ano passado, esse exercício tornou-se mais contínuo. Este ano não está sendo diferente. Após terminar a leitura de "1822", Pus em minhas mãos um livro que, depois de vinte anos, decidi relê-lo - "O Reverso da Medalha".



Há quem não ache Sidney Sheldon uma leitura recomendável, ou que suas obras sejam literatura. Pouco me importa. Se há um autor que tenha instigado ainda mais minha busca pelo mundo da ficção, nas páginas de um livro, foi este senhor.
 Então, qual não foi o prazer de receber de minha amiga x o presente que eu havia informado que gostaria de ganhar. Qual não foi a sensação estranha de reler cada página como se fosse a primeira vez ainda que não fosse; o desejo de saber o que viria a seguir já sabendo, porque saber o que ocorreria não implicava o como seria. Devorei as 590 páginas de "O Reverso da Medalha" da mesma maneira que em 1980 e lá vai bolinha. Os planos, tramas de Jamie Mcgregor, Kate Blackwell e seus descendentes prendem o leitor do início ao fim da trama e, novamente, assim o fez comigo.

Ainda que tenha me divertido muito com a releitura, não posso deixar de dizer que a crítica me visitava no desenrolar da trama. Não posso me furtar a dizer que a história me fez lembrar  novelas com suas voltas e reviravoltas mirabolantes, seus personagens maquiavélicos capazes de tudo para alcançar seus objetivos, suas mocinhas lindas, ricas e belas, etc. em algum momento pensava que estava com os olhos mirados nos antigos e bons folhetins da Globo. Sim, eu gosto de novelas. Não assisto hoje porque a qualidade é consegue ser inferior à péssima.



 A história das gêmeas que toma boa parte do livro é a clássica visão de gêmea boa e gêmea má - e vamos às novelas "Mulheres de Areia", "A Usurpadora", "Cara e Coroa"...  A certa altura me pegava rindo das tramoias da "evil" gêmea e me perguntando "Será que existe alguém tão ruim assim?". Pergunta tola. Como o mundo atual nos mostra,  a vileza é característica predominante em um número sem par de pessoas.

Embora tenha tal característica, isso de modo algum transforma-se em algo negativo. Muito pelo contrário. Sheldon maneja muito bem os artifícios que mantém o leitor fixado no enredo, seja ele rocambolesco ou não.

Se ainda não leu "O Reverso da Medalha", cujo título original é "Master Of The Game" - que eu acho muito mais apropriado, dê-lhe uma chance. Atrevo-me a dizer que não irá se arrepender.






"Great Expectations" = BAFTA. Será?



A espera pelo  anúncio dos nomeados ao BAFTA está deixando os fãs de Gillian Anderson ansiosos. Por quê?
Bom, há três semanas, estreava no canal da BBC uma de suas produções em homenagem ao bicentenário de Charles Dickens, "Great Expectations. A nova adaptação da obra do autor, antes do dia 27 de dezembro, causou surpresa pelo elenco escalado, principalmente porque constava que Gillian Anderson interpretaria Miss Havisham. As muitas opiniões eram de que a atriz seria muito jovem para o papel. A mesma BBC, encomendara um filme, cujo mesmo personagem seria encarnado por Helena Bonham Carter, segundo outros uma melhor escolha. Porém, apesar dos pontos de vistas contrários a sua escalação, Gillian defendeu sua interpretação de como seria tal personagem tão complexa.




Como supracitado, "Great Expectations" foi ao ar dia 27/12/2011, o primeiro de três capítulos e fez com que a rede de televisão britânica liderasse a audiência, tornando-se um dos assuntos mais comentados no twitter. Choveram elogios tanto à minissérie quanto à atuação de Gillian. Sim, houve quem não gostasse, principalmente exigentes leitores leitores de Dickens.
Eu, como já afirmei, nunca li obra deste autor. Dessa forma, não poderia expor minha visão baseada em uma leitura, uma ideia de personagens, ou seja, numa expectativa de algo já conhecido. E foi assim que vi a produção.



No final do terceiro episódio, da mesma maneira que inúmeras pessoas, eu podia dizer que gostei do que havia visto. A verdade é que desejei que houvesse mais episódios. Ao término de GE, recomecei a ver "The Crimson Petal And The White", "Bleak House" e esta seman "Any Human Heart". Eu sei. É uma vergonha, pois pareço uma pseudofã de Gillian, uma vez que, após todo esse tempo, ainda não tinha assistido totalmente a essas produções. Seja lá como for, agora estou em dia.
Voltando a minha opinião sobre a minissérie, Não questiono a atuação de nenhum ator, muito menos a produção. tudo me pareceu apropriado e bem executado


Douglas Booth, que encantou olhares femininos mundo afora, com seu inocente Pip e suas relaçãoes com seu dedicado cunhado e o  condenado Magwitch, em alguns momentos, me fizeram chorar. Gillian com sua Mrs. Havisham, eu já confessei, meteu-me medo. Só um pouquinho... Na verdade essa mulher gerou em mim pena e angústia por ver um ser humano em triste circunstância . A personagem, a meu ver, semelhante ao que Pip lhe disse, não conhece os homens, pior, a vida. Ela parou no tempo, adquiriu um único pensamento: vingança e usa Pip e Stella para vê-la concreta.




No entanto, mesmo que a manipule os dois personagens, não consegui detestá-la. Gillian traz à tela uma Miss Havisham estranha, fantasmagórica e digna de misericórdia. É angustiante assistir a ela em seus momentos de fobia ( ao rejeitar visitas), em seus tiques de ansiedade, em seu desespero por detalhes (por meio de Stella) de acontecimentos além Satis House. Ela é uma ser que vive através do outro, portanto apenas sente a superficialidade do mundo fora do espaço que criou para si, que simboliza a rejeição, a traição, o fracasso de uma relação - que são apenas algumas das experiências de incontáveis que a vida nos proporciona. Vida essa que ela não viveu, não cresceu; logo não sabe, não sente. Embora tenham se passado vinte anos ou mais de seu malogrado noivado, ainda é aquela jovem presa em um infeliz sonho.
Costumo gostar dos personagens de alguma trama quando me afetam de alguma forma, seja detestando suas ações, sensibilizando-me por seu estado, simpatizando com sua causa, entre outros. Isso deve-se muitas vezes ao desempenho do ator. Desconhecendo a trama literária de GE, ainda assim, envolvi-me com o enredo, com os seres ali apresentados.


"Great Expectations" deveria ser indicado ao BAFTA? Não conheço as demais produções que poderiam ser nomeadas a essa premiação, para comparar atuações ou a produções. Apenas admito que gostaria, sim , que isso ocorresse. Por quê? Os parágrafos anteriores já o justificam. Acrescento a isso que, como fã de Gillian Anderson, não nego que é bom ver o trabalho da atriz reconhecido. Um trabalho que, para mim, ela fez muito bem

Gillian Anderson - a menina dos olhos da BBC


Gillian Anderson, Dickens e BBC. Pelo que vejo esses nomes estão mais do que conectados. Quando se pensar em um deles, facilmente se poderá fazer uma conexão.

A atriz, pelo canal inglês, interpretou dois personagens marcantes, criados pelo escritor britânico Charles dickens,  Lady Dedlock e Miss Havisham que renderam muita discussão, indicações a prêmios e excelente audiência. E, hoje, vemos que a BBC entende que Anderson é uma atriz competente e traz bons frutos, já que ela estará mais uma vez em sua programação protagonizando sua minissérie de cinco episódios - "The Fall".

A nova produção será um triller que desenvolverá a história de assassinatos em série em Belfast cujas investigações foram infrutíferas fazendo com que a polícia  local solicite a ajuda de Gibson, interpretada por Gillian. Março será o mês de início das filmagens, na Irlanda do Norte e sua exibição ocorrerá no final do ano ou em 2013.


Ben Stephenson, Controlador a comissão de Drama da  BBC diz:
“’The Fall’  é um único, forense e característico assumindo  um gênero clássico que continua o compromisso da BBC Two  com o drama britânico original em 2012.  O suspense rico e complexo do Cubitt psicológico combinado com outra atuação convincente de Gillian Anderson vai manter os espectadores sobre a borda de seus assentos. "

Bom, pelo jeito, Gillian já vinha fazendo laboratório para  isso, vide "Johnny English" e "Shadow Dancer". :D

O que eu posso dizer, vida longa a relação Gillian Anderson - BBC! 





Pamela, Kate Fletcher, Dana Scully - Gillian estará mais uma vez investigando e com arma em punho, agora, como Gibson. Você o que diz? É certeza de sucesso ou esperar para ver?

Para mim, é certeza de que Gillian fará um bom trabalho e, como  nosso canal britânico não costuma dar tiro no pé, teremos ótimos momentos em frente ao pc (ou a tv).


O Melhor Filme de David Duchovny?

Sou fã assumidíssima de Gillian Anderson e costumo assistir à maioria (na verdade 99%) das produções das quais ela participa. Já não posso dizer a mesma coisa sobre David Duchovny. Não assisti a muitos de seus filmes nem vejo "Californication". Mas já dei - e darei - algumas chances aos trabalhos dele. Se posso dizer que há um filme do qual gosto muito é "Trust the Man". É uma comédia romântica, e olhe que já não sou  atraída por esse gênero mais, que agradou-me muito.




Se deseja ver algum filme com DD, que ainda não assistiu, "Trust The Man"  é a minha dica. Terá momentos de diversão.